Convidaram-me e eu entrei na brincadeira.
Começou por uma corrida animada,
uma corrida de palavras com rima,
ora flutuantes,
ora esvoaçantes,
que rápidas se juntavam
e alegremente brincavam
fizeram composições,
algumas composições poéticas,
outras
de uma simples conversa “de trás da orelha” …
que eu ouvia,
absorvia,
escrevia…
E eu aceitei.
Aceitei…
e…
aí é que “a porca torce o rabo”,
porque…
… de tão escondidas, mal as encontro…
e quando encontro
elas não querem sequer falar…
ficam mudas…
parecem perdidas…
mas só me querem irritar.
nem ordenadas para serem poema ou canção…
porque nesta brincadeira
também levaram e esconderam
a inspiração…
de inspiração ausente,
com palavras mudas e escondidas,
vendo esta falta de respeito
por quem sempre as amou
só me apetece gritar-lhes
a minha indignação!
Comigo acabou a brincadeira,
mas quando vos apanhar…
… vão ver e sentir, não a indignação,
mas o peso e a força do teclado
ou da lapiseira!