terça-feira, 13 de maio de 2014

TIME OUT



Chegou até mim o impulso do tempo,
prestes a parar... para pensar.

Parou.

Não há tempo.

Diante de mim não há barreiras,
nem fronteiras,
nem tédio.

Angústia? Talvez. E porquê?

Pelo nada, pela passividade
(tempo morto, indefinição, ambiguidade, cobardia)
que vejo em meu redor.

Porque hás de fazer da tua vida
uma vida que não é tua?
Porque hás de querer acorrentar-te
a um falso conceito de liberdade?
Porque não és TU a viver por ti?
Porque utilizas os outros como suporte
se tu és Ser, homem e pessoa capaz?
Não te crês capaz? Alguma vez tentaste?

Tenta hoje, tenta agora. Tenta agora e sempre.
Desacorrenta-te e desacorrenta quem já não tem correntes...
Deixa-me ser eu na plenitude de mim mesma
ou sucumbirás...
ou voltará o tempo... amorfo...
e... sucumbirei...

... ou sucumbiremos...

De Maria La-Salete Sá (12/01/1990  23:40h)


De Maria La-Salete Sá (12/01/1990 23:40 h)


quinta-feira, 8 de maio de 2014

AMO ASSIM...



Amo-te neste pensamento calado que te grita,
beijo-te nesta ilusão frenética que te dou
e grito o quanto te quero,
silenciando para o mundo
este mundo que é só meu.

De Maria La-Salete Sá (1987)

ECOS DO PENSAMENTO

Em todo o tempo do mundo
não há tempo para esquecer-te,
em todo o espaço em branco
há sempre lugar para ti.

És o meu tempo e o meu espaço
na imensidão deste universo que me cerca...

Não há lugar
nem tempo algum
onde possa esquecer-te.

De Maria La-Salete Sá (06/12/1987)

sexta-feira, 2 de maio de 2014

INEXPLICÁVEL

Minha alma ama-te numa torrente
de sentimentos sem fim,
meu corpo espera-te e deseja-te
num frémito assim...
... tão inexplicável

que me convulsiona
e não me deixa ver nem sentir
mais nada...
... a não ser a tua presença-ausente...

De Maria La-Salete Sá

quinta-feira, 1 de maio de 2014

PORQUÊ LETE?...

Bolas! Porque é que sou assim?
Porque me questiono e aprofundo
nesta forma de estar na vida,
se apenas encontro pela frente
um caminho de desolação?
Porquê? Porque anulei os meus anseios
num casamento que criei de ilusões
e humilhei todo o meu ser
num sem fim de frustrações?
Mas porquê, vida? Porque enublaste esta alma
que era sorridente e sadia
mesmo no ruir de todos os castelos
que construiu a minha juventude?
Porquê, vida? Porquê, Lete?

Ah! Se eu pudesse retroceder...
... que novos sonhos lindos eu reinventaria!...

De Maria La-Salete Sá (29/04/1987)

NA MADRUGADA DO SILÊNCIO...


Nesta madrugada a cheirar a Primavera,
mês de maio, das rosas e do perfume,
eu estou só... na nostalgia da interiorização...
Penso-me, interrogo-me, grito que estou...
E o meu silêncio ecoa de tal modo forte
que não sei se é a nostalgia da música que me abala
ou se é o silêncio que me abana
e me diz que acorde, que desperte,
que a vida precisa de ter sentido, mesmo insentida,
que eu Sou, mesmo não sendo...

... Ou será a música que me abala/embala
numa saudade inexistente?

De Maria La-Salete Sá (1 de maio de 1987,  03:30h)
(reparei agora que este poema faz hoje 27 anos, eheheh!)