Enclausurados em seus
castelos fantasmas
vivem nos sonhos
moribundos...
A realidade refugia-se
no sonho,
sonho fantasmagórico
de noite/dia,
tempo sem tempo...
... neste
tempo...
também ele perdido...
enclausurado
no mesmo castelo
fantasma
onde a vida apenas se
esfuma
e passa ao lado....
sem vida...
Vida amorfa,
perdida nas brumas
onde apenas vagueiam
afagados pelas mãos
carinhosas
de gente que é gente,
de gente que se
entrega sem limites,
de gente que procura
manter colados
os pedaços das vidas
fragmentadas,
pedaços que palpitam
no coração
de cada cavaleiro
andante,
de cada donzela...
ainda enamorada
dos seus sonhos de
menina...
mesmo que
enclausurados
nos seus castelos
fantasmas...
De Maria La-Salete Sá
(15/05/2014)
Escrevi
este texto depois de ter estado de visita a um amigo num lar de idosos. E vi,
como descrevo, homens e mulheres "enclausurados em seus sonhos, em seus
castelos fantasmas", mas vi também muito amor e muita dedicação nas
pessoas que lá trabalham. Mesmo perdidos da realidade (não todos, muitos estão
bem lúcidos) há sempre alguém que lhes dá carinho, que lhes dá um afago, que os
ama.