(Poema escrito para o programa de rádio "Estar Na Vida")
Vê, meu amor, a beleza de uma flor!
Olha e vê não somente a beleza,
mas também a fragilidade... delicada...
da sua pureza!
Vê, meu amor,
a flor é a esperança a ressurgir sobre o verde,
é ternura na delicadeza das suas pétalas,
é bálsamo no seu perfume,
é pureza de cor na cor com que nasceu,
é efémera numa vida de dádiva total,
no seu morrer para que nasça o fruto...
Olhe e vê bem, meu amor, esta beleza
e avalia na subtileza do momento
a ternura da minha vida...
... de mulher-sentimento.
Assim, frágil é o meu coração,
assim delicada é a minha emoção
assim puro é o meu amor...
... meu amor!
De Maria La-Salete Sá (21/02/88)
(flor de marmeleiro, imagem retirada do google)
sexta-feira, 24 de maio de 2013
terça-feira, 21 de maio de 2013
MINHA VIDA, MINHA FAMILIA
Minha vida,
minha família:
1º- Meus
pais, meus avós e meus irmãos, uma família feliz.
2º- Meu
casamento, segunda família, uma família feliz nos primeiros tempos, mas cedo
começou a ruir. Três filhos, uma menina, o primeiro rebento, (que aos dois
meses nos deixou, vítima de meningite tuberculosa), dois rapazes com diferença
de seis anos de idade, anos estes vividos entre descrenças e esperanças… Uma
família que resistiu dezoito anos!
3º- Minha
família amplamente alargada! Onze anos após o divórcio, novo casamento. Desta
vez “herdei”, além do marido, duas “filhas”, dois “genros” e quatro “netos”.
E, como as
crianças já não tinham avó materna eu fui de imediato aceite e tratada como
avó. Os meus filhos e as filhas do meu marido tratam-se e apresentam-se como
irmãos, para os netos (herdados) os meus filhos são os tios e o meu neto (de
sangue) o primo mais novo.
Mas todas as
minhas “famílias” continuam no meu coração. Dos meus avós, pais e irmãos jamais
me afastei ou afastarei, nem mesmo na morte (já só me resta o pai e os irmãos,
mas os outros estão vivos no amor), com o meu primeiro casamento, pelo desamor,
fui aprendendo a valorizar as pequenas coisas da vida, a descobrir um sorriso
no meio das lágrimas, a ver um arco-íris no meio das tempestades, fui
aprendendo que tudo na vida tem a sua razão de ser e que apenas eu sou
responsável pelo que de bom ou de menos bom me acontece.
E, além
destas famílias ainda tenho a grande família composta pelos meus amigos (reais
e virtuais) e ainda a família universal, pois somos todos UM.
De Maria La-Salete
Sá
ASSIM NASCEU…
Foi numa
tarde,
numa amena
tarde de primavera
em que o sol
sorriu,
que as
ondinas cantaram…
E ao seu doce
e belo canto
entre acordes
de harpa
tocada pelos
dedos do vento
as areias
dançaram nas dunas
em bailado cadenciado…
O seu canto
ecoou suave
tal brandura
de ternura
que em leveza
de alegria
envolveu
minha cidade!
Bailaram
areias nas dunas,
folhagens
dançaram no ar,
meninos e
meninas cantaram,
mulheres e
homens sonharam
com um mar de
provisão,
com sustento
e ganha pão!
Foi então na
primavera
numa tarde
soalheira
que em
Espinho nasceu
o homem do
mar, pescador
e a nossa tão
linda Vareira!
De Maria
La-Salete Sá (09/05/2013)
AI QUE SAUDADES…
Que saudades
do tempo em que…
Professora-menina
entre meninos
Brincava
ensinando
Saberes
académicos
Reaprendia
brincando
Saberes de
infância
Ai que
saudades
Das
tropelias,
Até das
arrelias
Do tempo em
que os via crescer…
Ai que
saudades
Desses tempos
em que…
Fui aluna das
minhas crianças!
De Maria
La-Salete Sá (04/05/2013)
quinta-feira, 2 de maio de 2013
ONDE VAIS PARAR PORTUGAL?
As pedras da
calçada desenharam liberdade,
As areias da
praia escreveram fraternidade,
A aragem do
vento cantou igualdade,
O sol
derramou raios de solidariedade
E o homem de
coração puro sonhou…
Sonhou e
acreditou na liberdade,
Sonhou e
fez-se fraternidade,
Sonhou e
proclamou igualdade,
Sonhou e
viveu a solidariedade…
Foi um sonho
lindo,
Tão lindo que
o fez esquecer
Que ao lado
havia outros homens,
De sorrisos
enganadores
Homens sem
coração,
Magnatas de
corrupção,
Senhores de desmedida
ambição
Mas
eloquentes oradores.
Prometeram
mais liberdade,
Proclamaram
fraternidade,
Mal falaram
de igualdade
Assim como de
solidariedade…
Mas…
O homem de
coração puro
Ainda
acreditou…
Até que
reparou
Que nas
pedras da calçada
Já nada
restava
Do desenho
liberdade,
Que o mar já
apagara
A palavra
fraternidade,
Que o vento
se tornou agreste,
Não cantando
igualdade
E que o sol
se tornou tão quente
Que seus
raios nem sempre são solidariedade…
E é este o
retrato do me país,
Uma história
surreal
Esquecidos os
ideais de Abril
É caso para
perguntar:
“Onde vais
parar, Portugal?”
De Maria
La-Salete Sá (01/05/2013)
MÃOS (idosas)
Tantos
anseios, tantos anos,
Tanta vida já
vivida
Entre risos,
entre lágrimas,
Entre sonhos
coloridos,
Também entre
desenganos…
Ah! mãos que
marcais a vida,
Nessas rugas
bem vincadas,
Vós que
fostes guarida,
Afago,
justiça, carinho
Sois o mapa
do tesouro
O embalo da
ternura
Do amor que
ainda perdura…
E nesse cajado
apoiadas
Transportais nas
vossas palmas,
Amor límpido,
vivido,
Amor jovem, sempre
novo.
Sois as mãos curtidas
da vida,
Deformadas e com
nós,
Sois mãos que
carregam magia
Sois as mãos
dos nossos avós
De Maria
La-Salete Sá
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