terça-feira, 28 de outubro de 2014

QUERIA SER AVE

Queria ser ave
Para voar,
Ficar a teu lado
Para te amar.
Mas estou só,
Aqui fechada, (**)
Sabendo bem
Que não sou amada.
Não acredito
Que me fugiste,
Pois em pensamento
Tua imagem persiste...
Ainda hoje
O telefone tocou...
Pensei em ti,
Mas...
Meu pensamento falhou...
Não, não eras tu,
Amor do coração,
Não, enganei-me,
Era o teu irmão.
Tu não escreves
Nem telefonas,
Na tua vida
Me abandonas...

Como pássaro ferido
Que não pode voar
Assim me sinto aqui
Sem te poder falar...
Sou gota de chuva
Que cai silenciosa,
Sou triste figura,
Só... chorosa!...

Se fosse avezinha
Bela, a cantar,
Iria ver-te,
Iria a voar...
Então saberia,
Se sim ou se não,
Se tenho lugar
No teu coração.
De Maria La-Salete Sá

Pessoa sabiamente dizia que "o poeta é um fingidor"... A provar esta verdade transcrevo um poema que fiz aí por 1969/70, a pensar num amor que só pode ter sido "a fingir", porque não consigo relacionar o conteúdo do texto com ninguém, eheheh!, além de que no colégio não recebíamos telefonemas de namorados e este só pode ter sido escrito no colégio, o único sítio onde me sentia "Aqui fechada" (**)

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

A VERDADE DA MENTIRA


A verdade dos amigos
às vezes é bem mentida,
são os minutos contados,
a indignação aumentada
pela falta não cumprida,
pois se o amigo promete
e esquece o prometido
parece que tudo o resto
traz revolta e ironia
ao tempo de espera, perdido...

De Maria La-Salete Sá (10/04/1986)

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

CHAMAMENTO

Vem! Minha razão nega-te,
meu querer chama-te...
E ao chamar-te beija-te, dá-te,
num arrebatamento de loucura
toda a ansiedade que há em mim.
E no abraço que nos une
esquecemos as oposições
e vivemos vidas novas, renascimentos,
mundos inteiros de entrega e de sonho...
Quando atendes os ecos do meu querer
e calas os gritos da razão
abafamos os nossos seres
num ser sem conexão...

De Maria La-Salete Sá (03/07/1986   01:20 h)

DOCE DESPERTAR

Acordei feliz, a cantarolar o amor,
a viver, recordando, o universo onde estive,
o mundo de loucuras,
de fúrias emocionais,
de arrebatamentos de ternura e carinho...
... sensuais...

Não foi crime, não foi erro,
foi verdade,
foi desejo, foi paixão,
foi efeméride para recordar,
consequência
da carência,
fruto de um bem querer...

Não será para esquecer,
mas para reviver,
inventar, recriar e renascer
nesta ária canção
que me traz ânimo
e emoção...
... ao despertar...

De Maria La-Salete Sá (03/07/1986   08:12 h)