quarta-feira, 28 de outubro de 2020

FAÇA-SE SILÊNCIO...

 



 

Acenderam-se as estrelas no céu

e um manto de paz vai sendo tecido

com fios de prata cintilante…

 

E anoite desce devagar…

afaga meus sentidos numa carícia suave

e aos meus ouvidos chega a melodia do silêncio…

 

Deixo-me ficar no embalo

e entrego-me ao afago…

Os olhos pesam…

vou deixá-los descansar…

 

E depois,

sorrateiramente,

partirei para o país dos sonhos…

aí… talvez… possa chegar àquela estrela

que me empresta o brilho

quando tenho medo do escuro…

… e me aponta o caminho do Amor

 

Psiu…

Faça-se silêncio…

Vou iniciar a viagem…

 

De Maria La-Salete Sá (28/10/20)


(imagem da net)

 

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

SEMENTE

 

Sentei-me num raio de sol nascente,

ele recuou,

levou-me à lua que…

… depositou no meu bolso 

uma caixinha de luar…

 

Da lua, o sol quis

levar-me às estrelas.

Quase lá… parou.

 

Parou,

para que meus olhos se adaptassem…

era tanta

e tão cristalina a luz que me cercava!…,

uma luz que me fez reviver,

em laivos de saudade,

a minha origem estrelar.

E, em murmúrios de saudade,

chegou,

correndo,

uma estrela cadente para me abraçar.

 

Acariciou-me e

em meus cabelos deixou um fio de esperança,

nas mãos um punhado de paz,

no coração um mundo de felicidade.

Dela o sol se abeirou

e,

num abraço de amor,

ambos resplandeceram num brilho nunca antes visto!

Tão intenso, tão belo, tão único!...,

de uma incandescência imensa que penetrava na alma…,

penetrava fundo, sem ferir o olhar!

 

Depois,

devagarinho,

meu raio de sol retomou seu lugar,

afastou-se da lua, das estrelas…

sem tristezas de despedidas…

 

O sol e eu,

eu e o sol,

trouxemos connosco uma certeza –

-- jamais nos seremos ausentes,

ele é Sol, é Luz, é Estrela…

 e eu…

sou semente…

… estrelar.

 

Maria La-Salete Sá (09/08/2020)

 

 



segunda-feira, 12 de outubro de 2020

AÍ VAI UMA ESTRELA!

O sono entrou ao de leve, sorrateiro, sem sequer à porta bater… estava já a escorregar pelas pálpebras, ansioso por se pendurar nas pestanas! Assim, bastaria uma piscadela e depressa os olhos se fechariam… Logo viriam os sonhos, os passeios pela floresta da fantasia ou, sei lá, a queda nas catacumbas da memória… Isto ou aquilo o sono queria… e eu estava prestes a deixar-me conduzir por ele, mas…NÃO!, ainda não! Não podia dormir sem cumprir o desejo do outro sonho, aquele sonho que me acompanhou durante o dia.

E assim fiz!

Docemente afastei o sono das pestanas, sentei-o nas pálpebras, e fui ao céu colher um braçado de estrelas, colhi as mais brilhantes… aquelas que têm brilho de anjo e pó de fada. Acomodei-as na caixinha das surpresas e estou agora a enviar uma por uma para cada um dos meus amigos. São as estrelas do amor, da alegria, da paz… a irradiar para os vossos corações.

Agora sim, agora já posso permitir ao sono que desça das pálpebras e vá escorregando pelas pestanas… Agora sim, já posso ir dormir… e sonhar.

Tenham uma noite serena e feliz. Até amanhã!

 

Maria La-Salete Sá (11/10/2020)