Quase a entrar na Lua Cheia de Maio (amanhã), quase em cima
do eclipse lunar, praticamente a romper o Wesak…, a juntar a toda esta
conjuntura, passo por dois lutos, por assim dizer, inesperados, sinto as
emoções em redemoinho, sei que tenho chão, mas não o sinto…
Meu coração está aperreado, apertadinho… e chora… Não chora
dores de apego, não chora a morte – ele não acredita na morte -, mas chora… e
nem sabe porque chora… Não sabe se estas lágrimas que teimam em sair são pelo
luto da Luísa, se são pelo luto da tia Olinda, se são pelo luto das duas…
E sei que não morreram, sei que apenas mudaram de “casa” ou
de “escola”, passaram para um superior nível de aprendizagem. Sei que estão de
regresso à casa-mãe onde nova VIDA as aguarda… Sei que vieram das estrelas, cumpriram
aqui a tarefa a que se propuseram e se preparam para novas etapas, novas
viagens…
Como elas, como qualquer pessoa neste plano de existência,
nossas memórias ancestrais estão ocultas (às vezes semiocultas) pelo véu do
esquecimento, esse que nos envolve a cada nascença. E, talvez a minha alma
tenha visto/sentido um vislumbre dessa “casa”, da casa onde nasceu, talvez uma
ténue recordação de alguma das inúmeras viagens, talvez… seja também a saudade
da VIDA ESQUECIDA a juntar à saudade de quem partiu…
Chorei. As lágrimas saíram em torrente, em forte pranto,
mas agora sei que não foi pranto de dor, foi pranto-saudade do AMOR e foi
também pranto-AMOR pela Luísa, pela tia, por todos/as que finalizaram o curso neste
plano, Amor por quem ainda tem trabalho no terreno, amor por tudo e todos, amor
por mim.
Estou calma, agora.
Abraço a VIDA com um sorriso, sei que as minhas “estrelinhas”
que estes dias nos deixaram sabem e sentem o brilho e a luz deste AMOR, sei
ainda que jamais nos estaremos ausentes e que amanhã nos reencontraremos.