quarta-feira, 26 de junho de 2013

(Poema escrito em Janeiro/fevereiro (?) de 1988 e copiado do original, sem alterações)



Um dia
alguém bateu às portas trancadas deste coração
e lhe deu razão... então despertou
o coração…
Despertou, bateu, pulsou e viveu…
Viveu tanto que quase sucumbiu à realidade cruel
duma existência fracassada,
dum amor anulado na saudade
duma entrega em comunhão partidária
que esse alguém espezinhou e maltratou…
Sofreu na saudade o coração.
E esta saudade magoada
trazia ao dia a dia as boas
recordações,
queria mostrar ao mundo a força do amor que não morre…
A saudade… Ai a saudade!..., bela e maltratada
procurou asilo, conforto e alento…
descobriu, viveu e sentiu bons momentos…
…quase morreu…
Quando o coração julgava tê-la afastado,
anulado e enterrado,
eis que ressurgiu… imponente, dolorosa
a trazer de regresso toda a tormenta
dum amor que não morreu…

De Maria La-Salete Sá

Foto: imagem do original

terça-feira, 18 de junho de 2013

PARABÉNS!



Queria escrever um poema 
Com palavras feitas de cor,
E letras cheirando a jasmim…
Queria escrever um poema
Que só por si fosse ternura
Que levasse em cada verso
Num sorriso de alegria
Um pedacinho de mim…

E vou escrever um poema
Com a caneta da amizade,
Vou escrever com emoção,
Com alegria e com carinho:
O que a alma me diz
E que sai do coração …

E o meu poema
De palavras feitas de cor,
Com letras a jasmim
Envolve-te em ternuras,
Deseja-te as maiores venturas
E felicidade sem fim…

PARABÉNS! PARABÉNS! PARABÉNS!


(Aos meus amigos que hoje fazem anos)

sexta-feira, 14 de junho de 2013

QUEM ME DERA SABER...



Quem me dera saber, amor, o que tu és!
Quem me dera saber definir-tr e sentir-te real,
quem me dera!...

Mas ao querer conhecer-te foge-me a razão,
ao querer entender-te ensombra-se-me o pensamento...
... e não sei.
Não sei, não vivo, não sinto, não defino...
Não sou.

Quem me dera ser,
ser a dona total da razão
para dar razão a este sentimento irracional
e parar as conjecturas
que me fazem perder de mim...

Quem me dera saber...

Mas somente - e tão somente - sei que...
... cada vez menos sei de ti...
Realidade? Quimera?
Talvez! Talvez... que esse ser vital...
para ser... não é

De Maria La-Salete Sá (05/12/1087)

quinta-feira, 13 de junho de 2013

"RECORDAR É VIVER"

Dei uma volta pelos meus papéis "arquivados" e descobri poemas e textos escritos para os programas de rádio que fiz. O que se segue foi escrito para "Recordar é Viver", um espaço destinado à terceira idade.


Anos vividos, experiência renovada,
uma juventude nunca acabada...
Cabelos brancos, rugas formadas,
tios, avozinhos, carinhosos velhinhos,
em frente!

Venha a nostalgia dos tempos felizes
abafar a tristeza dos dias piores...
Venha a nostalgia que os anos não pesam
numa alma criança
desta vida cuja vida nela avança...

O dia amanhece na estrada percorrida
onde os frutos deram frutos, sementes e seiva...
E desta árvore, que é a vida,
um mundo novo ressurge
a dar-lhes guarida!

Ser velho nem sequer é ter idade,
pois se houver grandeza e bondade,
ser idoso é rejuvenescer...
E tenha a idade que tiver,
meu querido, meu velhinho,
relançar os olhos para o amanhã
é perder-lhe o fim do caminho...
pois... a vida avança,
mas na nossa esperança
o futuro é sempre uma criança!

De Maria La-Salete Sá (1988)

(fotos retiradas do google)



PSIQUISMO EM POESIA....



1-Inconsciente


Queria reviver
regressar a esse mundo hoje obscuro,
outrora nítido e consciente
para descobrir
o que o véu da minha mente
esconde...
... e me faz ser como sou,
cheia de angústias e contradições.
Queria rasgar
as trevas do inconsciente
e ver claramente
o porquê das minhas questões...

2- Consciente

O meu consciente diz-me que sou,
que vivo, que amo e me dou...
E, se tenho, ele pede mais,
se dou, traz-me felicidade
e angústia por não poder dar mais...
O consciente restringe-me,
obriga-me ou acusa-me,
traz-me limitações,
imposições,
traça-me metas, obrigações...
Não posso deixar o trilho.
Sou consciente. Sou social
e, como tal,
tenho normas que me cingem
e me obrigam
a condicionar a minha liberdade.





3- Subconsciente/inconsciente

Conheço-me.
Conheço-me porque penso.
E quando penso tomo consciência
do meu EU-SER-INTEGRAL.
Existo.
Sou pessoa que confronta,
que analisa, que sintetiza
ideias e conceitos...
E, na consciência de mim
encontro barreiras - subconscientes...
e logo o meu ego consciente
se anula ou amarfanha
num inconsciente obscuro...








De Maria La-Salete Sá (1988??- programa "Ouvir, Sentir e Pensar")

(imagens do google)