quinta-feira, 29 de setembro de 2022

GÉNESE

Eu sei de onde vim…, só que não me lembro…

Não me lembro, mas sei…

E porque digo que sei?

 

Sei porque um dia sem tempo nem hora,

na energia azul mergulhei e senti o afago do lar…

ali permaneci,

numa quietude feita amor,

luz brilhante,

porto de abrigo…

 

Hora de aflorar,

regressar ao mundo peregrino…

abriu-se um vislumbre da memória…

 

Novamente

em dia sem tempo nem hora,

dessa energia azul

emergi,

regressei…

 

… com a certeza do compromisso que,

nesse dia sem tempo nem hora  

assinei,

um compromisso impresso

e timbrado

nas cores violeta e verde…

 

então eu, que peregrina sou,

ouvi o murmúrio da Alma segredando

 

-Vens da energia azul,  

para ancorar

e difundir

as energias verde e violeta.-

 

Segredou a mensagem e…

logo a mergulhou no silêncio,

deixando-me novamente envolta

no véu do esquecimento…

 

Maria La-Salete Sá (29/09/2022)



 

segunda-feira, 19 de setembro de 2022

SOU!

 


 

Sabendo que tempo

não é tempo

e que eu, sendo eu, não sou…

entrego-me ao devaneio,

devaneio saudável e real…

… devaneio que não é ilusão

ou ilusão que se faz realidade…

 

Nesse devaneio sem tempo,

em que eu sou o tempo

no não ser, que eu sou…

minha alma sorri e clama:

 

SOU! SOU! SOU!

NO ACONCHEGO DAS PALAVRAS

 

Gosto

de levar as palavras à festa

das emoções,

fazê-las vibrar

em uníssono

e criar sensações

 

Gosto

de lhes dar música

e melodia,

vê-las bailar nos lábios

e nos corações

da poesia.

 

Gosto

de as vestir

com variadas cores,

perfumá-las

com fragrâncias florais,

ou aromas de sabores.

 

E não sendo poeta,

sou alguém que,

por entre perfumes,

sons e cores,

as ama, afaga e embala

em suaves carícias

de amor…

 

…o amor pelas palavras,

pela poesia…

… no aconchego das palavras...

 

 

Maria La-Salete Sá (08/09/2022)

 

RECRIAÇÃO

 

Passeavam-se

serena e silenciosamente pelo céu,

ora

desvendando o azul celestial,

ora

o fulgurante brilho do sol…

 

Passeavam-se …

… eram nuvens, tal manto,

tal reposteiro na janela celeste …

O sol brilhava por detrás da cortina, observando…

… observando o rebanho de carneirinhos

que as nuvens desenhavam,

cordeiros que brincavam…

 

E eu seguia esse rebanho sem pastor,

eu seguia esse cortejo…

seguia

de olhar preso nas lindas nuvens que…

… me levavam em viagem

na rota da imaginação

na descoberta de mundos escondidos,

mundos de sonho e ternura…

Ali eu era a pastora,

também a criadora da história

ainda por desvendar…

E as nuvens,

e o céu azul por detrás

e os raios de sol emergentes

foram

flocos de serenidade,

motivos de gratidão,

laivos suaves de alegria no brilho da paz.

 

De Maria La-Salete Sá

ABRE AS ASAS E DEIXA-TE VOAR

 

Menina

de cabelos de cobre e olhos de amêndoa,

abre tuas asas e deixa-te voar!

 

Afasta

essa sombra que te impede de sorrir…

essa

que é apenas uma ténue sombra,

tão ténue… talvez até irreal …

 

E tu não és sombra, és claridade!

 

Então..

tu, que és Vida,

que és Amor,

que és Sonho…

 

Sonho de Luz,

de Paz,

de Fraternidade…

 

… abre as asas e deixa-te voar…

 

De Maria La-Salete Sá (19/09/2022--- no comboio de Espinho para o Porto)

À menina que seguia na mesma carruagem, sentada à minha frente

AGRADECIMENTO

 

Apenas um agradecimento sincero, profundo ao ser que sou por me lembrar de ser eternamente grata!

Grata a Deus, grata à natureza, grata à Vida, grata à semente que sou, mesmo que não totalmente germinada…

 

Gratidão Plena,

 

Namastê

 

(19/09/2022--- 09h 31m