quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

DO CÉU DESCEU…

 

 Do céu desceu uma faúlha

pequenina,

fulgurante.

 

Veio até mim,

alojou-se-me no coração…

aspergiu o bálsamo do amor,

fez cintilar o brilho da paz

e entoou a música das esferas,

o som do infinito…

 

Parou por momentos…

… depois,

tal bailarina florescente,

cortando os ares em etéreo e doce bailado,

partiu…









TEMPOS PERDIDOS


 

Esperando o tempo ser tempo

tempo de viver,

de ser, de estar…

… esperando,

esperando…

 

E em espera constante

nem sempre se vive,

nem sempre se é,

nem sempre se está…

…porque

na espectativa do tempo

gasta-se o tempo

em tempos perdidos,

em tempos mortos …

 

Depois…

quando olhamos o tempo

descobrimos

já fora de tempo

o tempo que perdemos…

… sem estar,

sem ser,

sem viver…

 

Descobrimos então

como foi grande

a perda do tempo…

 

 

tempo desaproveitado,

de vida… esquecido…

 

Maria La-Salete Sá 

sexta-feira, 24 de novembro de 2023

ENTARDECER OUTONAL

 












Neste fim de tarde outonal

ao som do cântico das aves

que ainda pululam de árvore em árvore,

a natureza apresentou-se

esplendorosa, encantadora!

 

Assim vestida de cores quentes,

mescladas de celeste azul,

ia-se cobrindo de tons alaranjados,

uns fortes,

outros amarelados

outros a raiar os dourados…

 

E sorrindo por entre as ramagens

já quase despidas de folhagens,

de roupagem vai mudando

esperando o abraço da noite

que vai chegando…

 

 Maria La-Salete Sá (22/11/2023)

segunda-feira, 30 de outubro de 2023

TÃO MANSAMENTE...

 

A madrugada acordou-me mansamente...

e mansamente minha alma despertou.

 

Num um amplo sorriso,

minha alma

assim me saudou:

 

"Acorda!

É hora de SER. e de viver,

hora de sentir e de crescer.

É hora de dar e de receber,

hora de aprender e de ensinar.

 

É hora de AMAR"

 

Maria La-Salete Sá (27/10/2023)



quinta-feira, 19 de outubro de 2023

PORTO DE ABRIGO

 

Há um recanto – porto de abrigo…

onde a minha barca,

alma sedenta da água da vida,

gosta de ancorar…

 

 Há um recanto – porto de abrigo…

onde vou buscar alento

quando de mim me perco…

 

Há um recanto – porto de abrigo…

-- meu ninho de aconchego -- …

onde a alma define caminhos,

rotas de superação

entre veredas de paz e de harmonia…

 

Há um recanto – porto de abrigo…

chamado silêncio

onde absorvo os perfumes de maresia celestial,

onde me quedo a ouvir as vozes da ancestralidade

que me sussurram verdades

quase olvidadas

e me agitam para que as mantenha presentes…

 

 

Há um recanto – porto de abrigo…

… onde comigo me encontro …

 

De Maria La-Salete Sá



 

quinta-feira, 21 de setembro de 2023

NO JARDIM DO MEU SILÊNCIO...

 

Desabrocham flores no jardim do meu silêncio,

papoilas vermelhas, rubras de AMOR,

rosas amarelas, perfume de amizade,

brincos de princesa ou lágrimas de felicidade…

flores bailarinas em dança da fertilidade...

 

No jardim do meu silêncio há vida fervilhando,

instante a instante tudo se cria, tudo se renova.

A cada intervalo de silêncio há melodias,

momento a momento é transformação…

… são cânticos de paz,

de sabedoria,

de quietude, 

… em doce harmonia

 

É então que, por entre flores e cores,

saio de mim, me faço aragem…

mariposa bailarina de asas coloridas

corto os ares, beijo flores…,

espalho alegria, sou VIDA

No jardim do meu silêncio…

sou a vida que nasce, cresce e se renova

neste eterno bailado de SER…

                    ... e de crescer...

 


 

Maria La-Salete Sá (17/09/2023)

 

terça-feira, 19 de setembro de 2023

CANSEI DE SER NORMAL…

 

Desde menina fui aprendendo a normalidade, fui aprendendo e pensando que aprendi a ser normal.

Até pensei estar a viver a normalidade como qualquer normal, qualquer humano normal…

Convenci-me de ter aprendido a ser normal.

Aprendi?!...

Não sei…

Houve tempos em que acreditei, pensei realmente que era normal…

Pensei que sim, mas…talvez… o sim tenha sido, na verdade, um não…

… porque muitas eram as vezes, sobretudo em criança, em que da normalidade me alheava… e muito para além dela me encontrava…

Eram momentos, ora breves, ora longos, em que, longe de ser e sentir-me normal, estava completamente ausente da realidade dita normal…

Percorria caminhos desconhecidos e regressava quase sempre (ou sempre, hoje não sei…) sem saber onde estivera, com quem estivera, o que vira ou o que fizera… era como se acordasse de um sonho, sem memória do seu teor.

Hoje relembro, com saudável nostalgia, alguns desses momentos de total alheamento… Alheamento??!... Não! Foram momentos marcados por uma espécie de magia, momentos de felicidade inexplicável, vivida e trazida de mundos distantes, mundos onde EU encontrava o alimento, onde EU nutria a Alma. Por vezes, ao “regressar” ficava baralhada, confusa, por não ter explicação para essas coisas… o que também me causava insegurança e/ou algum receio porque, bem lá no fundo, eu não me sentia aceite no mundo dito normal. Então, e para ter alguém com quem partilhar sem ser julgada pelos mais velhos nem que as outras crianças se rissem de mim, muitas vezes contava à minha boneca Joana histórias de meninas que viviam nas flores, outras vezes na lua ou nas estrelas… sem saber onde fora buscá-las ou onde as ouvira. E como sonhava com jardins de flores únicas, de terras de magia! Esses eram os meus mundos, mesmo que nem sempre deles me recordasse…

Depois…já na adolescência, a necessidade/vontade de “me ausentar” fez de mim, em certa medida, um ser solitário…, porque na solidão onde me refugiava eu podia sentir a leveza e a liberdade de me deixar “vaguear”. Por vezes a solidão também pesava, pesava sobretudo quando me sentia perdida, num mundo que não sentia como meu…

E neste “não saber onde me encaixar” volto à infância, deambulo pelo crescimento, entro na adolescência, chego à idade adulta e… revejo a normalidade, como não sendo normal…

 

Durante muito tempo guardei só para mim as dúvidas e certezas (ou quase certezas) que, a pouco e pouco, iam tomando forma dentro de mim, alterando conceitos de quem sou, de quem somos, de como ou porque aqui estamos. Eu, que fui criada na ideologia/doutrina da Igreja Católica, a pouco e pouco fui questionando ensinamentos, filosofias, dogmas, conceitos.

Procurei informação sobre outros credos e todos assentam na mesma base, na mesma verdade, o AMOR.  E quem mais e melhor pregou e viveu o AMOR? Nosso Mestre Jesus. E porque o que, de uma forma geral, se aprende sobre a vida de Jesus é muito restrito, com lapsos de tempo enormes que não aparecem nas Escrituras, precisei de buscar respostas além das crenças, conceitos e dogmas do catolicismo. Alarguei horizontes de visão, de compreensão, li bastante sobre filosofia oriental, participei em cultos dos Hare Krishna, conheci budistas, mórmons, adventistas, espíritas…, li o Bhagavad Gita, li um pouco do Alcorão, estudei um pouco de Antropologia Gnóstica…, enfim, adentrei no esoterismo e no ecumenismo.

No fim de todas estas buscas chego à conclusão que não estou ligada a nenhuma religião em particular, mas que tenho em mim a essência de todas elas.

 

“Pelo caminho” encontrei o Yoga (que, por incompatibilidade de horários, depois de 5 anos de prática assídua tive que abandonar) e terapias alternativas – reiki e johrei -, nas quais me iniciei, embora só trabalhe com o Reiki.

 

Mundos paralelos, civilizações diferentes de outros planetas, de outros universos, de outras galáxias, tudo isto fez/faz parte do conhecimento que venho procurando e adquirindo, porque, como disse no início desta narrativa, desde muito criança me sentia como que perdida num mundo desconhecido, sensação que se fez certeza de estar aqui apenas de passagem, mesmo que por muitas vidas.

E, no meu aparente alheamento, busco rotas perdidas, por vezes sentidas na saudade, outras sentindo o afago energético, um toque suave, quase um roçar de pluma, ou ainda um aroma, uma aragem acariciante…, o abraço familiar que chega das estrelas…

 

Na minha última etapa de busca e aperfeiçoamento cheguei aos Arcturianos, uma das civilizações de 5ª dimensão, muito mais antiga e evoluída do que nós, humanos, e que nos acolhe e ajuda em pleno AMOR, se em AMOR soubermos viver.

Hoje, mais do que nunca, sou capaz de reafirmar que não sou/não somos apenas humanos terrenos…

 

Verdade, cansei de ser normal…, pois que o que me diz a alma e o coração, as linhas de orientação que deles recebo… afastam-se da “normal normalidade” …, mas na minha “anormalidade”, não julgo nem reprimo a “normalidade” de quem “é normal”. A vida (ou as vidas) faz-se por etapas, por patamares, corre em espiral e “neste correr” ninguém é mais do que ninguém, cada um tem que viver o seu próprio percurso, precisa vivenciar e aprender com as quedas e com as conquistas, ao seu ritmo e de acordo com as suas linhas de orientação.

 

Maria La-Salete Sá (24/05/2023)

 


quinta-feira, 8 de junho de 2023

PRISIONEIRA


Aprisionada neste corpo,

esquecida do lugar onde repousam minhas asas,

olho o horizonte de mim e… sei que o infinito me chama…

 

Olho agora além do meu horizonte…nada vejo,

mas sei que, bem para lá desse horizonte,

há uma estrela em espera…

… espera que me cumpra,

que me cumpra

e regresse…

 

Faz-se crescente a saudade…

 

A emoção tolda-me o olhar…

É a ânsia da libertação,

de poder voar além do além,

de cortar ares,

esvair-me

sair deste aprisionamento…

 

Ai, como desejo encontrar as minhas asas!

Percorrer os caminhos esquecidos,

descobrir onde está a minha estrela…

 

Ai, que me dera!

 

Chegado o tempo, etapa cumprida, encontrá-las-ei!

 

Depois…

…de alma saciada

e com o coração a cintilar de brilho estrelar,

minhas asas levar-me-ão

à estrela que me gerou…

 

… mas hoje… só tenho a saudade como lembrança…

 

Maria La-Salete Sá (05/06/2023)


 

quarta-feira, 8 de março de 2023

MULHER, DEUSA DA CRIAÇÃO

 

 

Mulher é forno,

é cadinho,

é laboratório de alquimia,

é o vaso onde germina

a semente da Vida…

 

Mulher é terra,

é água,

é seiva e raiz,

tronco e ramificação

da árvore da Vida…

 

Mulher é pão,

é sustento,

é ternura e sentimento,

é colo que em afagos

sublima a solidão…

 

Mulher é…tão…

…é tanto… de SER,

tanto de dar,

tanto de saber,

tanto de amar…

tanto de tanto…

 

…Mulher é deusa da criação.


De Maria La-Salete Sá


                                                           

domingo, 12 de fevereiro de 2023

SOLITÁRIO É O CAMINHO QUE PERCORRO…


 

Sei que não sou apenas mais um humano, sou também um ser de luz percorrendo trilhos perdidos…

Sei que sou viajante, errante neste planeta, desde o início dos séculos…

Sei que, de vida em vida, vou avançando, aprendendo, mas também caindo e errando…

Múltiplas vidas já vivi, muitas/os (homens/mulheres) já fui…

Já sofri, já perdoei…, já amei e já odiei…, já fui maltratada/o, já maltratei…

 

Tantos caminhos em que me perdi e tantos em que me encontrei…

 

Sei que tenho em mim toda a energia do AMOR, mas também sei que tenho -- e muita -- energia densa para (re)conhecer, para (re)descobrir, para poder compreender, curar e transmutar…

 

E este processo é TÃO SOLITÁRIO!…

 

Atravessar “o deserto da solidão” é doloroso…

tão doloroso que,

grande parte das vezes, me sinto

perdida,

deslocada,

estrangeira de mim e deste mundo…

…sem saber se estou no caminho,

se estou na berma, com medo de derrapar e cair…

Mas a verdade é que, mesmo sabendo que não estou sozinha neste percurso,

sabendo que, a meu lado, dando a mão, amparando e ajudando

estão os meus Guias, Anjos e Mestres de Luz…,

… mesmo sabendo que tenho tanto AMOR 

a envolver.me,

a apoiar-me,

a ajudar-me…,

também sei que, no terreno, é um caminho por demais SOLITÁRIO…

 

Solitário porque… apenas eu o posso percorrer,

somente eu,

com a bagagem da alma, sem mais nada,

e sendo apenas bagagem da alma…

é ainda uma bagagem pesada…,

uma bagagem que transporta ansiedades e medos…

… de incompreensão,

de não aceitação,

do desalento…

 

E sendo assim SOLITÁRIO este caminho,

é o CAMINHO MEU,

o que escolhi,

o que quero percorrer…  

 

Quero que seja um caminho de AMOR e LUZ,

que a sua energia seja alimento para a SOLIDÃO,

que a alegria desse AMOR, dessa LUZ nos conduzam (a mim e à solidão) ao encontro da plenitude da VIDA.

 

E que eu, jamais, me abandone no medo da solidão…

 

Maria La-Salete Sá (12/12/2022)



sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

CONTINUIDADE OU RECOMEÇO…

Eis que nova semana começa! 
Nova e primeira semana 
 do novo ano...  

E deste começo 
 há que dar continuação 
 (ou recomeço) 
 ao que, 
 momento a momento, 
dá sentido à VIDA... 

… um sentido que se quer genuíno, 
 cheio de graça, 
 alegria, 
 bem-aventurança, 
 amor e paz... 

 Novas etapas, 
 novos sonhos germinarão 
 e cabe a cada um de nós, 
sonhadores, 
 alimentá-los para que cresçam 
 e se tornem realidade... 

 Vamos então dar vida aos nossos sonhos e VIVER! 



 Maria La-Salete Sá (02/01/2023)