segunda-feira, 31 de outubro de 2022
domingo, 30 de outubro de 2022
EM SUSPENSÃO…
É imperioso
ir desbravando a selva onde emergi,
seguir a
ténue luz que em mim vai luzindo,
até que o
sol,
aquele SOL
que me originou,
que me
emprestou o brilho,
resplandeça
em grande esplendor,
que me
oriente e permita
ser guia,
um pequeno
farol ou luzeiro
em rotas de
renascimento
e
reintegração na VIDA.
E neste
desbravar há momentos em que…,
no escuro da
selva,
me vejo
suspensa no tempo, em busca de espaço…
… ficando em
espaços simultâneos…
de
suspensão…
Lá, onde não
há um tempo nem um espaço…
vários
tempos e múltiplos espaços
se abrem…
E são tempos
e espaços sentidos
em vidas
simultâneas e mundos paralelos…
… em
suspensão…
Aí, nesse
estado em que não existo,
em que apenas
sou sopro volátil,
partícula de
éter, onde tudo se esvai…
… a alma
mergulha na luz primordial
e seu brilho
se expande…
e cresce, cresce,
cresce…
Olho-me,
sei que já
não sou apenas eu,
mas EU SOU o
farol da minha vida
e eu,
um ténue
luzeiro
em rotas de renascimento
e
reintegração na VIDA.
quarta-feira, 19 de outubro de 2022
O SIBILAR DO OUTONO
era um zunir de sopro de vento
e folha a cair…
e trouxe à minha alma
a beleza dos cabelos a pratear
e ao meu sorriso
os vincos que a estrada da vida foi desenhando.
Permito-me estender o olhar pelas minhas estações
e sorrio.
Sorrio de gratidão e de felicidade
pelas flores que na primavera coloriram o meu jardim,
pelos frutos que criei e pelos frutos que colhi
no estio da minha existência…
sorrio de gratidão pelas quedas e canseiras
– mapas em sinalização do caminho -
sem as quais o meu outono talvez…
… não tivesse tanta beleza…
agora num sibilar mais sereno,
em sussurros de carinho,
vem lembrando o inverno que aí vem…
… inverno que antevejo com dias a minguar,
o sol a desaparecer, a noite a chegar…
Inverno que espero acolher com o mesmo amor,
com a mesma gratidão,
até que meus ouvidos… deixem de ouvir,
até à hora de embarcar…
… na grande viagem…