sábado, 29 de dezembro de 2012

TROCADILHO… TROCADILHANDO…



O tempo é um trocadilho.
Ou, se preferirem, uma troca de tempos…
Ou ainda tempo sem tempo
Ou… tempo além
Ou fora do tempo…

Pois, o tempo é um troca-tintas.
Então vejam lá,
Ainda há segundos o tempo era presente,
Mas o presente que foi presente há segundos
É agora pretérito
E já, já será futuro…

O tempo é um troca-tintas,
Tanto é, como não é,
Tanto foi como será…
E às vezes nem sequer existe
E diz que não há tempo,
Quando na realidade
O que há é pouco tempo!
E pouco tempo é tempo,
Não ausência de tempo…

Esta baralhação do tempo
Está a baralhar-me as ideias…
Será que estou no tempo presente?
Será que fiquei no pretérito?!...
E, por falar em pretérito,
Pretérito que é passado,
Diz-me que no momento
em que comecei a dissertar,
a pensar, a escrever
sobre o tempo,
era um momento presente…
mas agora, esse presente é passado…
ou será que já estou no futuro,
no futuro desse tempo?

Será que o tempo é realmente um troca-tintas?
Ou será um trocadilho?
Ou estarei trocadilhando?
Eh! Lá, lá!
Já as palavras e as letras se trocam
E me confundem,
Já não sei o que é feito do tempo,
Do tempo em que dissertei sobre o tempo…

De Maria La-Salete Sá (29/12/2012   12h 46m)

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

SEDA & VELUDO - Aniversário



Sonhava, sonhava, mas como sonhava!
Estava em festa, a vida cantava,
Dormia acordada, acordava sonhando…
Assim a noite passava!

Era noite feita dia…

Vestida de festa, de poesia
Entrei neste barco, fui amiga,
Levei amizade, fantasia,
Unida ao festim, participei,
Dei um pezinho de dança,
Olhei ao redor, cantei:


PARABÉNS A VOCÊ!

Fora do sonho, agora acordada, mas vestida de amizade, enfeitada de alegria, ao Joaquim e ao Sedas continuo a cantar…
PARABÉNS A VOCÊ!,
PARABÉNS A VOCÊ!,
PARABÉNS A VOCÊ!
Com amor, com ternura, com carinho… grata pelo acolhimento, pela amizade, pela partilha.
Beijinhos muitos, sempre contando com o acolhimento deste barco “mágico” por muitos mais anos,
Lete


CASINHA DE FANTASIA




O poema é uma casinha,
grande ou pequenina,
construída de fantasia,
com tijolos de invento,
tendo como cimento
a imaginação...
tem portas de sol,
janelas de lua,
e flutua
na imaginação.
Lá fora tem um jardim
de mil flores plantado,
pássaros,árvores, enfim...
um terreno bem cuidado...,
mas lá dentro...
tanto espaço abandonado!

Como está triste o meu poema!
Como está triste a minha casinha,
de tão sozinha,
sem ninguém que lhe dê vida...

Vou habitá-la com sonhos,
Desenhar meninos e meninas,
Com eles brincar,
Fazer tropelias,
Inventar magias,
Renascer...

Meu poema, agora alegre,
Brinca e salta de contente,
Tem meninos, meninas,
Lá dentro.
Tem histórias,
Com vida e sentimento...

Minha casinha,
Com portas feitas de luz,
E janelas de luar
É agora, só por si,
A mais linda história de encantar
Onde cada pensamento
É personagem
E cada sonho
Uma realidade a nascer...
... ou a inventar.

De Maria La-Salete Sá (26/12/12)

sábado, 22 de dezembro de 2012

MEU DESEJO DE NATAL



Saí de mim…
Movida pelo desejo de me encontrar…

Despi-me de regras, de normas
De leis, de preconceito…
E assim,
Em mim
Entrou a menina
Vestida a preceito:
Naquele vestido de organdi
De flores brancas bordado,
E com laço bem apertado!
Que linda que se apresentou,
Que linda me apresentei!
Eu corri, ela correu,
Eu brinquei, ela brincou
E, unidas, uma só,
Fomos de visita ao presépio,
Ao Menino,
A Jesus, Deus-Peregrino.
Com papel feito de sonho
Colorido de arco íris,
Atado com fita de luz
Embrulhamos um sorriso,
Embrulhamos um pedido…
Que levamos a Jesus:
Que seu amor semeasse
No coração de todos os seres,
Para que a guerra acabasse
E na Terra a Paz reinasse…
Era o pedido da criança,
Da menina de vestido de organdi,
Suplicado mesmo ali…


Então Jesus sorrindo
Em meu coração entrou
E disse baixinho:
Isso já eu fiz,
Só que o homem não regou
A semente de amor que eu Sou…
Mas um dia todos serão
Amor num só coração,
No coração desta Terra Mãe
A vibrar noutra dimensão.

E a menina de vestido de organdi,
Vestiu-se outra vez de mulher,
Mas sendo a menina que foi
Uma, outra, uma só,
Menina-criança,
Mulher-avó
Traz no coração a ternura,
No pensamento a magia,
Na alma a esperança
De poder ver um dia
O seu desejo acontecer,
O desejo de ser
E de viver o Amor
Na plenitude do Amor!

De Maria La-Salete Sá
1

UMA CHÁVENA DE CAFÉ




         
Uma chávena de café bem quente
Adoçada com o açúcar do amor,
Aquecida com o calor do desejo,
Mexida com a colher da emoção
Numa mesa posta a preceito…

… a terminar o jantar em delírio de paixão!

De Maria La-Salete Sá          (21/12/2012 13h 33m)

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

DESEJO DE NATAL


Ele escreveu no diário
O que queria pedir ao Pai Natal…

Ele escreveu
Mesmo sabendo que o Pai Natal,
O verdadeiro Pai Natal,
O verdadeiro S. Nicolau
Não entra pela chaminé
Com um saco cheio de presentes,
Ou lá o que é!
Mas…,
Mesmo sabendo que tudo,
O que veste os sonhos das crianças
É fantasia e imaginação,
Mesmo sabendo isso tudo
Ele pediu…

Pediu com o coração…

E o presente que pediu
Não precisa de embrulho,
Nem de papel,
Nem de caixa, nem de fita…
Nem sequer de embalagem bonita,

A carta que deixaria no correio
Só levaria escrito um desejo:
Que todos dessem as mãos,
Que todos se vissem
E se sentissem mais irmãos.

Pegou assim nesse desejo,
Desejo profundo,
Nascido
E amadurecido na sua alma.
E escreveu então a carta
Que colocou no correio.

E esse desejo
(talvez por ser um forte desejo)
Mesmo depois de enviado
No seu pensamento ficou colado
Tão colado,
Tão grudado
Que com ele foi dormir.

Dormiram assim juntinhos,
Desejo e menino,
Menino e desejo,
Saltaram de sonho em sonho,
Foram renas,
Trenó e Pai Natal,
Visitaram meninos e meninas,
Distribuíram presentes de amor,
Foram estrelas de brilho cintilante
Como não há outro igual!

Veio a manhã, veio o dia,
Veio a hora de acordar…
Saiu do sonho, assim pensou,
Sentou-se na cama, bocejou,
E sorriu…
Sorriu porque sentiu
Que seu desejo não foi em vão
E que em cada coração
Vai florescer a semente do amor,
Do amor-amigo,
Do amor-irmão…

(E ele escreveu no diário…
Para jamais esquecer
Que Natal pode acontecer
Sempre que a gente quiser!

De Maria La-Salete Sá
(14/12/12)



 

 


quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

PENSANDO EM TI...



 (Viajando pela minha juventude/adolescência)


Escrevo
pensando em ti...
Sorrio
pensando em ti..
Porquê?
Não descobri,
mas penso que sei,
foi porque te vi...
E o poema
que escrevi
foi feito só
a pensar em ti...
E agora
(que já te vi)
dar-to-ei
pensando em ti...

De Maria La-Salete Sá

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

‎AO JOÃO





Onde está?
Quem viu o João?
Onde está?
Está no meu coração.
Pergunto por ele,
Pelo João
E só eu sei,
Mas não digo, não!
A quem dou eu
A minha afeição?
A quem há-de ser
Senão ao João?
E pergunto a toda a gente:
"Quem sabe do João?"
E só me responde
O coração.
Ao ouvi-lo bater
Com tanta animação
Logo posso ver, Amo o João!

De Maria La-Salete Sá

PRESENTE




Tenho para ti,
guardada na minha alma,
uma imensidão de ternura,
um coração repleto de amor.

Meus olhos refletem a tua imagem
e trazem à vida
a verdadeira mensagem
de paz e felicidade...

em vivência repartida,
feita de momentos,
momentos presentes
no presente
de Viver!

De Maria La-Salete Sá

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

AGUARELA




Desenho traços...
tantos traços disformes,
uns pequenos, outros enormes
num conjunto vazio...

...onde tudo é disforme
tão disforme como os traços disformes,
mas vou dar-lhes forma!
Assim:
Uma espessa pincelada,
outra mais aguada
e mais outra ainda...

Já não vejo apenas traços,
não!
São traços e um colorido
e o conjunto já não é vazio!
O que tenho diante de mim
já não é o papel em branco,
já não são traços disformes!

O papel antes branco
é agora a minha tela
de belas cores vestido,
já não é só papel,
é a minha aguarela!

De Maria La-Salete Sá (13/05/1972)

(gravura do google)