quinta-feira, 21 de setembro de 2023

NO JARDIM DO MEU SILÊNCIO...

 

Desabrocham flores no jardim do meu silêncio,

papoilas vermelhas, rubras de AMOR,

rosas amarelas, perfume de amizade,

brincos de princesa ou lágrimas de felicidade…

flores bailarinas em dança da fertilidade...

 

No jardim do meu silêncio há vida fervilhando,

instante a instante tudo se cria, tudo se renova.

A cada intervalo de silêncio há melodias,

momento a momento é transformação…

… são cânticos de paz,

de sabedoria,

de quietude, 

… em doce harmonia

 

É então que, por entre flores e cores,

saio de mim, me faço aragem…

mariposa bailarina de asas coloridas

corto os ares, beijo flores…,

espalho alegria, sou VIDA

No jardim do meu silêncio…

sou a vida que nasce, cresce e se renova

neste eterno bailado de SER…

                    ... e de crescer...

 


 

Maria La-Salete Sá (17/09/2023)

 

terça-feira, 19 de setembro de 2023

CANSEI DE SER NORMAL…

 

Desde menina fui aprendendo a normalidade, fui aprendendo e pensando que aprendi a ser normal.

Até pensei estar a viver a normalidade como qualquer normal, qualquer humano normal…

Convenci-me de ter aprendido a ser normal.

Aprendi?!...

Não sei…

Houve tempos em que acreditei, pensei realmente que era normal…

Pensei que sim, mas…talvez… o sim tenha sido, na verdade, um não…

… porque muitas eram as vezes, sobretudo em criança, em que da normalidade me alheava… e muito para além dela me encontrava…

Eram momentos, ora breves, ora longos, em que, longe de ser e sentir-me normal, estava completamente ausente da realidade dita normal…

Percorria caminhos desconhecidos e regressava quase sempre (ou sempre, hoje não sei…) sem saber onde estivera, com quem estivera, o que vira ou o que fizera… era como se acordasse de um sonho, sem memória do seu teor.

Hoje relembro, com saudável nostalgia, alguns desses momentos de total alheamento… Alheamento??!... Não! Foram momentos marcados por uma espécie de magia, momentos de felicidade inexplicável, vivida e trazida de mundos distantes, mundos onde EU encontrava o alimento, onde EU nutria a Alma. Por vezes, ao “regressar” ficava baralhada, confusa, por não ter explicação para essas coisas… o que também me causava insegurança e/ou algum receio porque, bem lá no fundo, eu não me sentia aceite no mundo dito normal. Então, e para ter alguém com quem partilhar sem ser julgada pelos mais velhos nem que as outras crianças se rissem de mim, muitas vezes contava à minha boneca Joana histórias de meninas que viviam nas flores, outras vezes na lua ou nas estrelas… sem saber onde fora buscá-las ou onde as ouvira. E como sonhava com jardins de flores únicas, de terras de magia! Esses eram os meus mundos, mesmo que nem sempre deles me recordasse…

Depois…já na adolescência, a necessidade/vontade de “me ausentar” fez de mim, em certa medida, um ser solitário…, porque na solidão onde me refugiava eu podia sentir a leveza e a liberdade de me deixar “vaguear”. Por vezes a solidão também pesava, pesava sobretudo quando me sentia perdida, num mundo que não sentia como meu…

E neste “não saber onde me encaixar” volto à infância, deambulo pelo crescimento, entro na adolescência, chego à idade adulta e… revejo a normalidade, como não sendo normal…

 

Durante muito tempo guardei só para mim as dúvidas e certezas (ou quase certezas) que, a pouco e pouco, iam tomando forma dentro de mim, alterando conceitos de quem sou, de quem somos, de como ou porque aqui estamos. Eu, que fui criada na ideologia/doutrina da Igreja Católica, a pouco e pouco fui questionando ensinamentos, filosofias, dogmas, conceitos.

Procurei informação sobre outros credos e todos assentam na mesma base, na mesma verdade, o AMOR.  E quem mais e melhor pregou e viveu o AMOR? Nosso Mestre Jesus. E porque o que, de uma forma geral, se aprende sobre a vida de Jesus é muito restrito, com lapsos de tempo enormes que não aparecem nas Escrituras, precisei de buscar respostas além das crenças, conceitos e dogmas do catolicismo. Alarguei horizontes de visão, de compreensão, li bastante sobre filosofia oriental, participei em cultos dos Hare Krishna, conheci budistas, mórmons, adventistas, espíritas…, li o Bhagavad Gita, li um pouco do Alcorão, estudei um pouco de Antropologia Gnóstica…, enfim, adentrei no esoterismo e no ecumenismo.

No fim de todas estas buscas chego à conclusão que não estou ligada a nenhuma religião em particular, mas que tenho em mim a essência de todas elas.

 

“Pelo caminho” encontrei o Yoga (que, por incompatibilidade de horários, depois de 5 anos de prática assídua tive que abandonar) e terapias alternativas – reiki e johrei -, nas quais me iniciei, embora só trabalhe com o Reiki.

 

Mundos paralelos, civilizações diferentes de outros planetas, de outros universos, de outras galáxias, tudo isto fez/faz parte do conhecimento que venho procurando e adquirindo, porque, como disse no início desta narrativa, desde muito criança me sentia como que perdida num mundo desconhecido, sensação que se fez certeza de estar aqui apenas de passagem, mesmo que por muitas vidas.

E, no meu aparente alheamento, busco rotas perdidas, por vezes sentidas na saudade, outras sentindo o afago energético, um toque suave, quase um roçar de pluma, ou ainda um aroma, uma aragem acariciante…, o abraço familiar que chega das estrelas…

 

Na minha última etapa de busca e aperfeiçoamento cheguei aos Arcturianos, uma das civilizações de 5ª dimensão, muito mais antiga e evoluída do que nós, humanos, e que nos acolhe e ajuda em pleno AMOR, se em AMOR soubermos viver.

Hoje, mais do que nunca, sou capaz de reafirmar que não sou/não somos apenas humanos terrenos…

 

Verdade, cansei de ser normal…, pois que o que me diz a alma e o coração, as linhas de orientação que deles recebo… afastam-se da “normal normalidade” …, mas na minha “anormalidade”, não julgo nem reprimo a “normalidade” de quem “é normal”. A vida (ou as vidas) faz-se por etapas, por patamares, corre em espiral e “neste correr” ninguém é mais do que ninguém, cada um tem que viver o seu próprio percurso, precisa vivenciar e aprender com as quedas e com as conquistas, ao seu ritmo e de acordo com as suas linhas de orientação.

 

Maria La-Salete Sá (24/05/2023)