quinta-feira, 6 de agosto de 2020

POEMA INGÉNUO


As palavras foram-se soltando uma a uma
de forma indefinida.
Voaram e espalharam-se ao acaso,
esvoaçaram no vento
e deixaram que ele as levasse.
Esvoaçando, sonhavam…
… como ingenuamente sonham e brincam as crianças.
Nesse estado de ser,
em completa ingenuidade,
as palavras juntaram-se,
escreveram sentimentos,
soletraram momentos de fraternidade e de paz.

Procuraram espaço onde ancorar,
procuraram um local onde a unidade da vida se manifestasse,
onde a felicidade reinasse e …
não encontrando espaço assim,
pararam…
Pararam, pensaram, olharam em redor e…
…viram surgir um novo mundo,
uma nova Terra feita harmonia!
Encantadas, deixaram-se ficar,
enquanto, ao seu redor, iam germinando
sublimes sentimentos de união e humanidade!

E… longe de pensar que ingénuas eram as palavras,
abraço-as na gratidão,
porque sei que ficarão impressas no coração em que tocam.
Cabe a cada um saber como usá-las
e não deixar que se transformem
num poema ingénuo.

Maria La-Salete Sá (06/08/20---18h14)

(imagen do google)

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