quarta-feira, 21 de maio de 2025

AS MARIAS


A menina Maria José

Aquela a quem chamam Zé

Salta, salta só num pé

E diz sempre que é

Mesmo o que não é…

 

E era assim a Zé,

Sempre a dizer que é,

Até que… outra chegou

E a elas se juntou

É a  Maria Jasmim

Que a tudo diz que sim

Ou então, assim, assim…

 

E a Maria José

Que diz que é

E a Maria Jasmim

Que sempre diz sim

Conheceram no Verão

A Maria João

 

E amigas ficaram, pois então,

Mas a Maria João

Não diz que sim

Nem diz que não,

A tudo diz talvez

Uma, outra e outra vez

 

E assim brincam as três,

A Maria Jasmim

A não parar de dizer sim,

A Maria João

Que não diz sim nem não

Vai repetindo um talvez

E aquela que se diz Zé,

Vai cantarolando um “pois é”…

 

Ora vejam lá que três

Entre sins, nãos e talvez

São amigas de verdade.

Correndo em liberdade

Ou fora da brincadeira,

Serão amigas a vida inteira.

 

Maria La-Salete Sá (21-05-25)


(imagem da net)



 

 

terça-feira, 13 de maio de 2025

TEMPO MORTO

 

Chegou até mim o impulso do tempo,

prestes a parar... para pensar.

 

Parou.

 

Não há tempo.

 

Diante de mim não há barreiras,

nem fronteiras,

nem tédio.

 

Angústia? Talvez. E porquê?

Pelo nada, pela passividade

(tempo morto, indefinição, ambiguidade, cobardia)

que vejo em meu redor.

 

Porque hás de fazer da tua vida

uma vida que não é tua?

Porque hás de querer acorrentar-te

a um falso conceito de liberdade?

Porque não és TU a viver por ti?

Porque utilizas os outros como suporte

se tu és Ser, homem e pessoa capaz?

Não te crês capaz? Alguma vez tentaste?

 

Tenta hoje, tenta agora. Tenta agora e sempre.

Desacorrenta-te e desacorrenta quem já não tem correntes...

Deixa-me ser eu na plenitude de mim mesma

ou sucumbirás...

ou voltará o tempo... amorfo...

e... sucumbirei...

 

... ou sucumbiremos...

 

De Maria La-Salete Sá (12/01/1990 23:40 h)