Naquele solar cheio de luz
Onde velas de mil e uma cores
Enchem todos os recantos
Há alegria!
Num canto, tão rico e iluminado,
O presépio parece de sonho,
De contos de fadas... Que lindo!
Nesse solar cheio de luz
Onde velas de mil e uma cores
Enchem todos os recantos
Há alegria...
Mas nesse solar...ninguém vai à janela,
Ninguém vê o casebre do fundo da rua...
O Natal é só isso...Folia!
E quando no solar
À ceia se come do bom e do melhor
No casebre faz-se a festa
Com as poucas couves e batatas
Guardadas para esse dia...
Há ainda um naco de pão...
As crianças olham-no e pensam
Quem poderá comer o último bocado...
E o pobre pai lá o reparte
“Comam todos...não há mais”
Mas... enquanto nesse solar cheio de luz
Onde velas de mil e uma cores
Enchem todos os recantos
Há alegria, uma alegria efémera, fictícia
E que acabará de seguida,
No casebre onde o frio entra impiedoso
Há a mensagem de Paz e Amor
Que o Menino Deus traz ao mundo
Em cada Natal, em cada ano...
E nesse casebre
Não há luz de velas multicores,
Não há presépio rico,
Mas há a Luz Branca e Pura
No presépio vivo da família.
De Maria La-Salete
Sá (29-12-72)
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