quinta-feira, 7 de maio de 2015

EM PAUSA DE INTERIORIZAÇÃO

Na força e determinação
que me norteiam,
no enfrentar do dia a dia,
descubro-me
como a mulher frágil que sou,
mas também…
como a criança que quer ressurgir,
e que se recusa a crescer.

Sou a mulher, sou a criança.

A mulher que luta,
que acredita na vida,
que procura fazer do seu dia a dia momentos de SER,
momentos de construir;

A criança que espera um afago e um miminho,
que quer um ombro,
a mão que a conduza,
o carinho...

Mas nesta dualidade
adormeço a criança e desperto a mulher,
adormeço a mulher e desperto a criança.

Na mulher crescem as responsabilidades da vida,
o trabalho,
o frutificar,
o lar...

A mulher é ativa,
assume a vida na família,
na sociedade de trabalho e de consumo,
faz-se prudente
e irreverente,
se necessário.
A mulher constrói ou destrói,
luta, faz certo ou errado,
assume e aceita as vitórias e os fracassos...,
enfrenta-se.

A criança constrói ilusões,
teme as maldades e as más ações,
é indefesa e carente.
Mas acredita na vida e tem medo da vida.
Tem medo da dor, do sofrimento,
ama e teme o amor...
Mas esta criança
ainda acredita em contos de fadas,
tem esperança nas flores,
tal borboleta esvoaçante...
Apesar do medo
não deixa fugir a ilusão,
dá vida aos sonhos,
recria mundos e universos de paz e harmonia
e sofre o silêncio e a nostalgia...
porque a vida lhe nega o direito de ser criança,
há que ser mulher...

Mulher-esperança,
mulher-mudança,
mulher-crescimento...

E... porque não MULHER-CRIANÇA?



De Maria La-Salete Sá (18/09/1996, reescrito com novas nuances, novos contornos em 07/05/2015)


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