A vida
desenrola-se em curvas e contracurvas, em retas e declives, em situações
previsíveis e rotineiras, em acontecimentos inesperados e pouco prováveis… E
quando pensamos ter encontrado um caminho plano, de fácil e livre percurso, não
são poucas as vezes em que nos deparamos com dificuldades acrescidas… e o que
antes era previsível, de um momento para o outro, deixou de ser a nossa via de
fácil acesso, a nossa realidade descontraída e alegre…
É nesses
momentos, naqueles que passando a ser um desafio, mas também – e sobretudo! –
uma via de aprendizagem e de reconhecimento dos meandros da nossa existência
terrena que... devemos observar-nos...
Coisas
inesperadas acontecem todos os dias (e não são por acaso), coisas que nos
“dizem” que temos de fazer alterações nas nossas rotinas, por exemplo. Às vezes
colocam-nos perante um labirinto de ideias indefinidas ou amorfas que nos
deixam parados sem saber por onde iniciar a procura do que, apesar de
indefinido, de amorfo, sabemos ter um significado real, uma definição…
Situações destas
causam um desconforto enorme, desconforto mental, emocional e até espiritual,
porque nos sentimos meio perdidos, sem saber qual o nosso verdadeiro propósito
existencial.
Não apenas
hoje, mas sobretudo hoje, eu sinto-me assim, algo perdida, como estando num
tempo, num espaço, num mundo ao qual não me sinto pertencer. Olho em redor,
reconheço os familiares, os amigos, sei o quanto os amo e o quanto sou amada, sou
grata por isso e por tudo o que diariamente a vida me oferece, mas… continuo a
sentir-me perdida, desconectada…
Sei que sou
fruto e semente de Amor, de Luz, de Paz. E quero espalhar todas estas sementes,
sei que elas encontram “almas” que as acolhem e espalham, mas… mesmo assim… vejo-me
perdida… Talvez só mergulhando no silêncio da minha essência (se conseguir
ouvir o silêncio) me reencontre e reaprenda o que a vida quer mais de mim.
Maria La-Salete
Sá (19 de agosto de 2018)
(imagem da net)

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