era um zunir de sopro de vento
e folha a cair…
e trouxe à minha alma
a beleza dos cabelos a pratear
e ao meu sorriso
os vincos que a estrada da vida foi desenhando.
Permito-me estender o olhar pelas minhas estações
e sorrio.
Sorrio de gratidão e de felicidade
pelas flores que na primavera coloriram o meu jardim,
pelos frutos que criei e pelos frutos que colhi
no estio da minha existência…
sorrio de gratidão pelas quedas e canseiras
– mapas em sinalização do caminho -
sem as quais o meu outono talvez…
… não tivesse tanta beleza…
agora num sibilar mais sereno,
em sussurros de carinho,
vem lembrando o inverno que aí vem…
… inverno que antevejo com dias a minguar,
o sol a desaparecer, a noite a chegar…
Inverno que espero acolher com o mesmo amor,
com a mesma gratidão,
até que meus ouvidos… deixem de ouvir,
até à hora de embarcar…
… na grande viagem…
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