Como eras boa avozinha!
Tenho no pensamento a tua imagem,
Essa bendita miragem
Que julgava ser só minha!
Deus pediu-te, tu aceitaste
O caminho que te estava traçado...
Como eu queria que tivesses ficado,
Mas sempre comigo ficaste.
Partiste, é certo... Acredito que sim,
Mas não posso deixar de te lembrar,
Embora tenhas ido, continuo a amar
Alguém que já fez parte de mim.
Oh! Se fosse hoje, como seria diferente...
De maneira alguma te arreliaria,
Beijar-te.ia e sempre diria
O que só agora minha alma compreende.
Como eras paciente, avozinha!
Quanto carinho tinha a tua voz!
Tenho a certeza de que não há avós
Mais carinhosas do que a minha!
Agora, lá no Céu, reza por nós,
Pede a Deus pela humanidade,
Que hoje tem tanta falsidade
E que haja, como tu, mais avós.
Lembro-me das tuas historinhas,
Das de fadas, que gostava de ouvir,
De todas que ouvia a sorrir
E pedia: "Só mais uma, avozinha..."
Oh! Não calculava o bem que eras
E só agora posso compreender,
Hoje... que não te posso ter,
Me lembro quão boa tu eras!
Com saudade eu peço perdão
A esse alguém que já partiu,
Alguém que nunca mais se viu,
Mas que ficou no meu coração.
(A minha avó paterna deixou-nos em Abril de 1974, quando eu tinha 11 anos, escrevi o poema em 1976.)
De Maria La-Salete Sá
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