quinta-feira, 2 de maio de 2013

ONDE VAIS PARAR PORTUGAL?





As pedras da calçada desenharam liberdade,
As areias da praia escreveram fraternidade,
A aragem do vento cantou igualdade,
O sol derramou raios de solidariedade
E o homem de coração puro sonhou…
Sonhou e acreditou na liberdade,
Sonhou e fez-se fraternidade,
Sonhou e proclamou igualdade,
Sonhou e viveu a solidariedade…
Foi um sonho lindo,
Tão lindo que o fez esquecer
Que ao lado havia outros homens,
De sorrisos enganadores
Homens sem coração,
Magnatas de corrupção,
Senhores de desmedida ambição
Mas eloquentes oradores.
Prometeram mais liberdade,
Proclamaram fraternidade,
Mal falaram de igualdade
Assim como de solidariedade…
Mas…
O homem de coração puro
Ainda acreditou…
Até que reparou
Que nas pedras da calçada
Já nada restava
Do desenho liberdade,
Que o mar já apagara
A palavra fraternidade,
Que o vento se tornou agreste,
Não cantando igualdade
E que o sol se tornou tão quente
Que seus raios nem sempre são solidariedade…

E é este o retrato do me país,
Uma história surreal
Esquecidos os ideais de Abril
É caso para perguntar:
“Onde vais parar, Portugal?”

De Maria La-Salete Sá (01/05/2013)

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