quarta-feira, 4 de abril de 2012

REFLEXÃO


"De médico e de louco, todos temos um pouco", assim diz o adágio. Mas este adágio pode ramificar-se e... "de poeta e artista, todos temos chispa...", " homem escritor é um bom ator...", enfim, um sem número de derivações que apenas nos levam a concluir que todos somos realizadores, encenadores, músicos, escritores,..., fazedores dos filmes das nossas vidas. E, assim sendo, qualquer criação, seja obra literária, plástica, cinematográfica..., mostra sempre algo da personalidade do seu criador, ou seja, em todas elas se pode descobrir facetas biográficas do criador.
Mesmo que estejamos a escrever, a pintar ,ou... o que quer que seja, estamos a deixar transparecer um pouco de nós. Se escrevemos sobre alguém, estamos a transmitir o que sabemos e conhecemos (ou julgamos saber e conhecer) desse alguém. Se inventamos, estamos a por na tela ou no papel o que a nossa imaginação nos leva a ver. Se escrevemos um conto, um romance, uma história (verdadeira ou ficcional) também deixamos o nosso cunho, tanto na forma como produzimos o desenrolar da produção até ao seu remate final, como também na forma como a nossa alma vê e comunica o que escrevemos.
Então nem sempre o que consideramos a nossa verdade é a verdade de quem acede "à nossa criação", ou seja, a cor e a beleza que os nossos olhos vêem pode adquirir nuances completamente diferentes através do olhar de outra pessoa. E esta tomada de consciência leva-me a concluir que..., embora as aparências nos pareçam mostrar uma realidade, não podemos afirmar essa realidade como verdade única, o que, por seu lado, nos conduz a outra premissa: não tecer julgamentos de valores, por muito que isso fira o nosso ego.

De Maria La-Salete Sá

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