domingo, 29 de setembro de 2013

JÁ NÃO ÉS…



Já  não és a obsessão-desejo
que  perseguia o meu desespero
de estar só,
de querer-te sem querer…

Já não és o sonho impossível
que despertou o meu sentimento
para uma entrega sem limites…

Já não és o pesadelo
que torturava a minha ilusão
nesta casa, castelo assombrado. Sem amor…

Já não és o grito de angústia
que ecoava no meu silêncio
a revolta-negação dos teus afagos…

Já não és… Bem hajas tu, bem haja eu!
não és barreira, não és limite,
não és caos, não és abismo… para mim…

Já não és!

És apenas – e tanto que és! – o amigo,
a ternura da partilha,
o sofrimento incontido da tua dor no meu peito,
o desespero de não poder anular o que está feito,
a vontade imensa de querer ajudar
sem saber ao certo onde começar…

Ah!, meu amigo! Tu já não és,
Tu és!
E porque és, assim amigo, assim irmão,
o espinho da tua ferida
fere-me a alma
e o coração…

De Maria La-Salete Sá (20/12/1986   01:09h)


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